O verbo é definido como a palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno, sendo a classe de palavras mais rica em flexões, podendo apresentar-se de diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz.
Em sua “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, o professor Domingos Paschoal Cegalla afirma que a voz do verbo é a forma que este assume para indicar que a ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. As vozes dos verbos são divididas em três: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva.
Voz Ativa
Quando falamos em voz ativa, indicamos que o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.
Exemplo:
João escreveu o livro. (sujeito agente + ação + objeto paciente)
Confira outros exemplos, retirados da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, do gramático Cegalla:
-O caçador abateu a ave.
-O vento agitava as águas.
-Os pais educam os filhos.
Voz Passiva
Ao contrário da voz ativa, quando falamos em voz passiva, indicamos que o sujeito é paciente, isto é, sofre, recebe ou desfruta a ação expressa pelo verbo.
Exemplo:
O livro foi escrito por João. (sujeito paciente + ação + agente da passiva)
Observe atentamente os outros exemplos na voz passiva:
-A ave foi abatida pelo caçador.
-As águas eram agitadas pelo vento.
-Os filhos são educados pelos pais.
Importante! Apenas os verbos transitivos podem ser usados na voz passiva.
O estudo da voz passiva é mais amplo, uma vez que envolve dois aspectos distintos: analítico e sintético.
1) Voz Passiva Analítica
A voz passiva analítica é formada pelo verbo auxiliar “ser” seguido do particípio do verbo principal. Confira os exemplos a seguir, retirados da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”:
-O homem é afligido pelas doenças.
-Seriam abertas novas escolas.
-As ruas serão enfeitadas.
Menos frequentemente, a voz passiva analítica pode ser formada com outros verbos auxiliares. Observe os exemplos a seguir:
-“Eu ia perseguido por criaturas inexistentes.” (Graciliano Ramos)
-A aldeia estava isolada pelas águas.
-A noiva vinha acompanhada pelo pai.
2) Voz Passiva Sintética ou Pronominal
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o pronome apassivador “se” associado a um verbo ativo da 3ª pessoa. Confira os exemplos a seguir:
-Organizou-se a festa.
-Regam-se as plantas todos os dias.
-Destruiu-se o antigo prédio da faculdade.
Voz Reflexiva
Na voz reflexiva, o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, ele pratica e sofre a ação que o verbo expressa. Confira os exemplos a seguir, também retirados da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”:
-A menina penteou-se e saiu com as colegas.
-O caçador feriu-se.
-Os pais contemplam-se nos filhos.
Importante! De acordo com Cegalla, o sentido reflexivo não deve ser atribuído a verbos que designam sentimentos (queixar-se, alegrar-se, zangar-se, etc.) e outros meramente pronominais.