Escritor, poeta, crítico literário e de arte, tradutor e professor de literatura, Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, ou simplesmente Manuel Bandeira, é um dos maiores ícones da literatura brasileira.
Índice
Infância e adolescência
Nascido no dia 19 de abril de 1886 na capital pernambucana, Recife, o escritor era filho de um engenheiro civil do Ministério da Viação e por isso acabou se mudando para a cidade do Rio de Janeiro com a família. Foi na capital carioca que Manuel estudou no Colégio Pedro II e se interessou pelas matérias de ênfase Humana. No ano de 1904 ele termina o curso de Humanidades e segue em direção a São Paulo, onde inicia um curso de arquitetura, mas necessita parar devido à tuberculose que o atormentou naquela época. Para se tratar, seu pai juntou todas as economias de família e enviou o filho à Suíça, onde permaneceu de junho de 1913 até outubro do ano seguinte.
De volta ao Brasil – Manuel na literatura
Em virtude da Primeira Guerra Mundial, Manuel Bandeira regressa ao Brasil e inicia alguns trabalhos na literatura, publicando o livro “A Cinza das Horas” em 1917, com apenas 200 exemplares impressos e custeados por ele mesmo. Dois anos depois ele publica “Carnaval”, sua segunda obra literária. Com alguns anos a mais de experiência, Bandeira ganhou o reconhecimento da Academia Brasileira de Letras e em 1940 ele foi eleito um de seus membros. Nos anos de 1938 a 1943 ele atuou como professor de literatura no Colégio D. Pedro II.
O fim
Um indivíduo solitário, Manuel Bandeira nunca chegou a se casar, mesmo sendo apaixonado pelas mulheres. O escritor costumava dizer que havia “perdido a vez” no âmbito dos relacionamentos. No dia 13 de outubro de 1968 ele falece no Rio de Janeiro aos 82 anos de idade, sendo a causa de sua morte uma hemorragia gástrica.
Obras de Manuel Bandeira
É possível encontrar temas bastante diversos nas obras de Bandeira, tais como: família, infância, sociedade, morte, etc.
Poesia
- A Cinza das Horas (1917)
- Carnaval (1919)
- Os Sapos (1922)
- O Ritmo Dissoluto (1924)
- Libertinagem (1930)
- Estrela da Manhã (1936)
- Lira dos Cinquent’anos (1940)
- Belo, Belo (1948)
- Mafuá do Malungo (1948)
- Opus 10 (1952)
- Estrela da tarde (1960)
- Estrela da Vida Inteira (1966)
- O Bicho (1947)
- Desencanto (1996)
Prosa
- Crônicas da Província do Brasil (1936)
- Guia de Ouro Preto (1938)
- Noções de História das Literaturas (1940)
- Autoria das Cartas Chilenas (1940)
- Itinerário de Pasárgada – Jornal de Letras (1954)
- De Poetas e de Poesia (1954)
- A Flauta de Papel (1957)
- Cronicas inéditas I
- Cronicas inéditas II (2009)
Os Sapos
(pequeno trecho do poema)
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
“Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”
Urra o sapo-boi:
– “Meu pai foi rei!”- “Foi!”
– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.