Este importante rio brasileiro nasce na Serra da Canastra (MG) e deságua no Oceano Atlântico [11]. Em seu percurso, passa por mais de 500 municípios.
Este rio pertence a Bacia Hidrográfica do São Francisco, a qual tem uma área de 641.000 km² e possui 168 afluentes, sendo que destes: 99 são perenes (não secam no decorrer do ano) e 69 são intermitentes (que secam parcialmente ou totalmente nos períodos mais secos do ano). Alguns dos principais afluentes do Rio São Francisco são: Rio Pajeú, Rio das Velhas, Rio Paracatu, Rio Corrente, Rio Abaeté e Rio Jequitaí.
Em seu médio curso, o Rio São Francisco é amplamente utilizado para produção energética. Os principais reservatórios para produção de energia hidrelétrica [12] ao longo do Rio São Francisco são: Sobradinho (BA), Itaparica (PE), Paulo Afonso (BA) e Xingó (AL/SE).
Além disso, as águas do rio são usadas para aquacultura, irrigação, suprimento de água nas cidades, turismo e recreação. Entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), o rio é usado como hidrovia. Na região do Polígono das Secas, as águas do rio abastecem a população e permitem atividades produtivas.
A nascente é onde começa o Rio São Francisco. Sua nascente fica na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, no estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil. Esta é considerada como a nascente histórica do Rio São Francisco.
Já o Rio Samburá corresponde à nascente geográfica do Rio São Francisco. Esta foi definida pelo Ministério do Meio Ambiente, e sua localização fica no município de Medeiros, no estado de Minas Gerais.
A foz é onde termina o Rio São Francisco. Ele é um rio de drenagem exorreica, ou seja, suas águas correm para fora do continente, em direção ao Oceano Atlântico. Ele deságua em uma região na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas, onde encontra o Atlântico. A foz do Rio São Francisco é um estuário, ou seja, uma abertura larga onde não há acúmulo de sedimentos. Há apenas um canal de contato entre o rio e o oceano.
Os afluentes do Rio São Francisco possuem diferenças entre si, enquanto os rios localizados na margem direita possuem águas mais claras, pois nascem em terrenos cristalinos, os rios da margem esquerda são mais barrentos, pois derivam de terrenos sedimentares.
São 168 afluentes que constituem este importante rio. Considera-se que 36 deles sejam rios de grande importância, dos quais 19 são perenes, ou seja, nunca secam. São alguns dos principais afluentes do Rio São Francisco:
Do total dos afluentes do São Francisco, 99 rios são perenes e 69 são intermitentes.
O Rio São Francisco é um rio de planalto, o que significa que seus afluentes possuem um elevado potencial para instalação de usinas hidrelétricas, as várias quedas d’água possibilitam uma intensa vazão, fazendo que o potencial hidráulico seja intensificado.
Existem várias usinas hidrelétricas nas águas do São Francisco, bem como em seus afluentes. São algumas das usinas da Bacia do São Francisco:
A vegetação no percurso do Rio São Francisco é bastante variada. Encontra-se a Mata Atlântica [13] na Serra da Canastra, onde ele nasce, o Cerrado [14] entre o sudoeste baiano e Minas Gerais, bem como a caatinga [15] no nordeste baiano, e ainda o mangue [16] e a vegetação litorânea nas áreas de transição no Baixo São Francisco, na foz, entre os estados de Alagoas e Sergipe.
O Rio São Francisco é conhecido como rio da unidade nacional. Ele atravessa os estados de cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Ele recebe essa denominação principalmente por ser o único rio totalmente brasileiro, já que o Amazonas percorre também terras de outros países.
O único estado percorrido pelas águas do Rio São Francisco e que está fora do Nordeste é Minas Gerais, onde este rio nasce. Os demais estados são todos nordestinos, o que transforma o Rio São Francisco em uma importante fonte de sobrevivência e renda para o povo da região.
Algumas das principais cidades banhadas por esse rio são: Januária, Matias Cardoso, Pirapora, São Romão e Três Marias, Bom Jesus da Lapa, Juazeiro, Paulo Afonso e Petrolina, Penedo, dentre várias outras. Ao todo, o Rio São Francisco passa pelos territórios de mais de 500 municípios brasileiros, levando água para suprir as necessidades das pessoas, possibilitando as atividades produtivas (agropecuária principalmente), possibilitando a pesca, as navegações e o turismo.
Os cânions do Rio São Francisco são pontos turísticos importantes na região do Xingó. Dentre eles, o mais conhecido é o Cânion do Talhado. Os cânions são formados rochosas em vales profundos, praticamente verticais, e que podem se estender por várias centenas de quilômetros.
Esta formação tem origem na ação erosiva das águas de um rio, o qual passa constantemente abrindo caminho entre as rochas. Estes locais são explorados turisticamente, especialmente para passeios de barco e mergulhos.
O Rio São Francisco esteve no meio de intensas discussões devido a criação do projeto para transposição de suas águas. Em seu contexto original, a proposta previa a construção de mais de 700 quilômetros de canais ao longo dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. A intenção era levar a água deste importante rio brasileiro para áreas onde havia necessidade de água para irrigação, especialmente na região do semiárido, que sofre com a escassez das chuvas.
As polêmicas quanto ao projeto iam desde os possíveis impactos ambientais que a obra causaria, os gastos e sua real finalidade. Existiam questionamentos quanto ao modo como o recurso hídrico seria utilizado, especialmente se ficaria restrito aos grandes produtores de grãos e gado.
A ideia de utilizar as águas do Rio São Francisco em áreas que demandavam água advém de 1840, ainda no Império do Brasil. Anos se passaram e, em 1943, já no Brasil República, as discussões foram retomadas pelo então presidente Getúlio Vargas [17]. Vários presidentes em anos posteriores criaram as bases para a concretização do projeto, mas apenas em 2007 é que as obras efetivamente tiveram início.
Em 2019, doze anos após o começo das obras, ainda não foram concluídas todas as etapas do projeto. Apesar disso, o aumento da oferta de recurso hídrico em áreas que antes sofriam com a seca dos rios, já produziu bons resultados. O abastecimento de municípios foi ampliado, especialmente pelos rios que foram perenizados neste processo.
A história do Rio São Francisco está relacionada com a própria história do Brasil como nação. Ele liga o litoral e o sertão, une os povos e seus costumes. Este rio foi descoberto pelos europeus no ano de 1501, logo após o descobrimento do Brasil.
Antes dos europeus chegarem ao território brasileiro, povos nativos já usufruíam de suas águas. Grupos nativos que ocupavam a região eram Pankararu, Atikum, Kimbiwa, Truka, Kiriri, Tuxa e Pankarare, dentre outros.
Ao longo do tempo, várias atividades foram desenvolvidas graças a existência deste importante rio na região. Em 1543, teve início a criação de gado na região do São Francisco, atividade que marcou a história do vale do São Francisco. Por conta disso, ele chegou a ser chamado de “Rio-dos-Currais”. Com a atividade, desenvolveram-se também os primórdios da colonização.
No ano de 1553, o monarca Dom João III ordenou ao então Governador Geral, Tomé de Souza, a exploração das margens do Rio São Francisco, em busca de pedras preciosas e outras riquezas.
O Rio São Francisco tem uma grande importância social, econômica e também cultural para o Brasil. É relevante para a economia, mas também para a vida das populações. O valor deste rio é também histórico, já que atividades, como a pecuária nordestina, eram amplamente dependentes da existência deste recurso hídrico.
O Rio São Francisco passa em regiões do semiárido, onde as condições físicas do ambiente são rigorosas e as atividades humanas mais limitadas. Com isso, nas proximidades do rio desenvolvem-se terras mais férteis, o que impulsiona as várias atividades econômicas. O rio é importante também no cenário energético nacional, já que algumas das maiores hidrelétricas nacionais estão em seus afluentes.
O Rio São Francisco é comumente comparado ao Rio Nilo [20], na África. Ambos são rios importantíssimos, extensos e com grande vazão. Passam por regiões bastante secas, onde as populações sobrevivem graças ao seu abastecimento. Assim como o Nilo, o Rio São Francisco leva água para uma região onde a seca limita as atividades humanas.
Da mesma forma que ocorre com o Nilo, nas margens do Rio São Francisco desenvolvem-se atividades de agricultura e pecuária, e crescem importantes cidades, tudo por conta das terras férteis e do abastecimento hídrico regular. Os dois rios – Nilo e São Francisco – possibilitam que haja desenvolvimento pelas áreas onde passam, principalmente durante os períodos de cheias.
Assim como ocorre com todas as demais bacias hidrográficas brasileiras, a Bacia do São Francisco, o Rio São Francisco e seus afluentes, sofrem com problemas ambientais. Alguns dos problemas ambientais que afetam esta bacia são:
A Bacia Hidrográfica do São Francisco é uma das doze grandes bacias hidrográficas brasileiras, que abrange uma área de 641.000 km² de extensão. Esta bacia é inteiramente brasileira, cujo rio principal é o São Francisco.
A Bacia do São Francisco abrange territórios de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e do Distrito Federal. Ela é dividida em quatro regiões:
» BRASIL. Governo Federal. Ministério da Integração Nacional. Integração do Rio São Francisco: Benefícios. Disponível em: http://mi.gov.br/web/projeto-sao-francisco/beneficios [22]. Acesso em: 15 de setembro de 2019.
» SÃO Francisco: o rio da unidade. 2.ed. Brasília: Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, 1978.
» SILVA, Angela Corrêa da. Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2013.
» VEDOVATE, Fernando Carlo. Projeto Araribá. Geografia. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2010.
» VIEIRA, Bianca Carvalho. Ser protagonista: Geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.